quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

O RIO ASSASSINO

é boquinha de noite no varjão
uma estrela
neste instante apagou-se
desci ladeiras, subi ladeiras
descia pra ver 3 crianças afogadas
descia pra ver um caso de polícia.

na tarde esburacada
meninos delineiam uma enchente
o ar estava poluído de comentários
já bastante secos e desbotados.

o que vi não mais lembro
só sei que naquele dia
todos os meninos pobres do varjão
rogavam a deus e aos anjos
que o delegado de polícia
condenasse o rio
a cem anos de prisão.

do livro jardim da infância, 1979

terça-feira, 28 de junho de 2011

OS DEUSES NÃO DÃO AS CARTAS

quando a gente está desesperado
bem desesperado mesmo
precisando de ajuda
bastante ajuda
costuma sempre dizer:

- Buda, me acuda.
- Alá, vem me confortar.
- Jesus, me conduz.

mas ao fim e ao cabo
quem ajuda mesmo
são as pessoas.

domingo, 3 de abril de 2011

Quem sou eu

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Poeta paraibano, nascido na Cidade de João Pessoa, e autor dos seguintes livros: Jardim da infância, Bíblia profana, Blue para um cadáver sonhador, O livro do adivinhão, Sol de algibeira e Um boi pastando nas nuvens (poemas infantis).