sexta-feira, 31 de outubro de 2008

NO DIA EM QUE EU FOR DEFUNTO

no dia em que
eu for defunto

(adiai senhora
esta hora de luto)

não deixarei nada
levarei tudo
para a morada
dos pés juntos:

papel de rolo
um rio com monjolo
uma vaca
uma pedra de amolar faca
um porco uma porca
um livro de lorca
um partido de cana
dois cachos de banana
um mato um monte
e um resto velho de ponte

sim, levarei tudo
não deixarei nada

exceto minha alma penada
pra assustar vocês

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Quem sou eu

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Poeta paraibano, nascido na Cidade de João Pessoa, e autor dos seguintes livros: Jardim da infância, Bíblia profana, Blue para um cadáver sonhador, O livro do adivinhão, Sol de algibeira e Um boi pastando nas nuvens (poemas infantis).