quarta-feira, 22 de outubro de 2008

POEMA DA VAGINA

1

a vagina
é um bolso
um calabouço
um poço no jardim

a caixa de pandora
a lâmpada de aladim
que homens adoram
e mulheres que não
e que sim

2

a vagina é uma chama
uma chaminé
o chapéu do pênis
o tênis do seu pé

é a boca de um jacaré
sem dentes
um galpão uma gruta
um grotão
um cano de passar gente

3

a vagina
é uma mala
uma maleta
um vale
uma valise
uma valeta

um cone
um canal
um monte
uma fonte
um horizonte
vertical

4

a vagina
é uma boca
com gula
um forno
uma fornalha
uma fagulha

um viaduto
um aqueduto
um bornal
a caixinha de rapé
para o nariz do pau

7 comentários:

Jaldes Reis de Meneses disse...

Águia, fico feliz que tenha feito um blog e nele postado as suas poesias. Já as havia lido e gosto muito de todas. Fico ávido pela leitura das novas que virão. Preciso me dedicar um dia a escrever sobre sua poética, a maneira toda especial, densa e evocativa, a qual você consegue fundir lúdico e lirismo, uma intuição poética esmerilhada desde cedo, nos tempos idos de Jaguaribe. Ourivesaria em versos curtos, ouro puro de elevado quilate. Você é um daqueles poetas na qual o ser humano e a poesia se confundem, não há divisão, nem trauma, nem tormenta. Ouro puro, água límpida de riacho. O poeta liberto da alienação, um poeta alegre em sua discrição. Poderia compará-lo em sua linhagem a Alberto Caiero, sua espontaneidade se parece com a dele, com a diferença de que, no fundo, o projeto, aparentemente natural (fingimento?), de Caiero, tem origem metafísica – trata-se na verdade de poetizar os fundamentos da filosofia empírica –, filtrada através das leituras eruditas do elaboradíssimo (alguém duvida?) projeto poético de Fernando Pessoa, ao passo que seu espanto desborda e vai além do ato natural e se dirige às pessoas e os objetos vividos na dura labuta de impureza medrada pela experiência social da modernidade. Em Fernando Pessoa, a experiência da modernidade vem a ser outro heterônimo, como sabemos Álvaro de Campos, mas você, em vez de “outrar”, cruza as experiências continuando. Abraços, Jaldes.

Linaldo Guedes disse...

Valeu, águia. o mundo virtual estava precisando mesmo conhecer sua poesia. linkei lá no meu blogue. abraços, poeta

bia disse...

Coisa boa ler suas poesias online, Águia. E esse Poema da Vagina é sensacional! Uma bela homenagem às portadoras de vaginas e um convite ao devaneio masculino.
Que bom que você fez um blog, agora poderei ler as suas poesias sempre que quiser, como se estivessem na minha estante!
Grande deleite!
Abraços

BiaKelly

Lau Siqueira disse...

Muito bem, Águia. Agora podemos ver seus poemas com mais frequência. Muito obrigado pelo convite, um grande abraço. Gosto muito de bolso, viu? rsrsrs
há braços!

Anônimo disse...

passarei a ler seu blog sempre.
me identifiquei com a linguagem dos poemas.
talvez por lembrar o meu estilo.
(www.ratonaintimidade.blogspot.com)

amor disse...

quanto tempo meu querido poeta e amigo,ainda estou vivo!olha,eu estou escrevendo muito,estou com um livro em andamento,depois te mostro.olha,assim que de eu te devolvo teus livros,estão todos intactos.descobri a pouco tempo o teu blog,olha,está ótimo,principalmente as poesia,imprimi alguma para ler com mais calma!uqalquer coisa mandas às ordem!um abraço poeta.meu fone:88679079

Thúlio Jardim disse...

Meu amigo "Low", acaba de fazer referência a este artigo em sua postagem chamada "Vagina, para que te quero?".

Venha conferir em nosso blog » "Kara Ystúpido" (www.KaraYstupido.blogspot.com)

Quem sou eu

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Poeta paraibano, nascido na Cidade de João Pessoa, e autor dos seguintes livros: Jardim da infância, Bíblia profana, Blue para um cadáver sonhador, O livro do adivinhão, Sol de algibeira e Um boi pastando nas nuvens (poemas infantis).